Entrevista Ricardo Marques - Ex-aluno Curso de Restauração Cozinha/Pastelaria (2017-2020) 2ª parte

EPC: O que sugeres àqueles que estão indecisos em relação ao futuro?
Ricardo: Acreditem no que querem seguir. Na escola recebem a base para
serem muito melhores do que pensam que podem vir a ser.

EPC: É preciso sorte?
Ricardo: Eu acho que é preciso ter mais foco. Estar atento nas aulas, aproveitar
as oportunidades ao máximo. Elas ficam marcadas para sempre.

EPC: Conta-nos como tem sido a tua carreira.
Ricardo: Num dos Jantares Gastronómicos (n.d.r. - no ano de 2019, foram
convidados vários chefs para produzirem, juntamente com os alunos do curso
de Restauração, 10 jantares temáticos) tive a oportunidade de conhecer o chef
Henrique Ferreira - chef executivo do Grupo 19|90, que me convidou a estagiar
num dos melhores restaurantes da nossa região, no Paço dos Cunhas de Santar.
Depois do estágio, continuei a trabalhar o resto do verão até ao fim das férias.

EPC: Foi o teu primeiro estágio.
Ricardo: Sim. E desde esta incrível experiência, soube de imediato que tinha
tomado a decisão certa ao tirar este curso.

EPC: Entretanto, terminas o 3º ano, numa altura em que os estágios estavam
desaconselhados por causa da pandemia.
Ricardo: Sim. No último ano não fizemos estágio presencial. Foi substituído pela
Prática Simulada.

EPC: Como inicias a tua carreira?
Ricardo: Depois de terminar o curso, o chef Henrique contactou-me e aceitei o
convite para trabalhar no Hotel Casaldronho, no Douro, onde ele era chef
consultor. Aceitei de imediato. Estive lá até ao final desse ano (2020). O hotel
encerrou na época baixa e acabei por ser, novamente, convidado pelo chef
Henrique a integrar a equipa da Quinta do Medronheiro, em Viseu.

EPC: Que é onde estás até agora.
Ricardo: Sim. Entrei no início de 2021. Na altura, fiz um estágio profissional, onde tive a oportunidade de trabalhar e aprender com o chef Marco Marques (ex-aluno da EPC. Atualmente, chef e proprietário do restaurante O Monte). Após o estágio, convidaram-me para assumir, embora sob vigilância do chef Henrique, a cozinha, que coincidiu, em certo ponto, com a saída do chef Marco.

EPC: Sentiste que foi demasiada responsabilidade?
Ricardo: Sim, claro que sim. Mas o chef Henrique estava sempre presente para
me dar as indicações que precisava. Aliás, ainda hoje está sempre presente.
Falamos todos os dias.

EPC: Podemos dizer que o chef Henrique é o teu padrinho?
Ricardo: Mais do que isso. Tem-me ajudado bastante no mundo da restauração.
Ele é bastante criativo e exigente. Ensina-me novas técnicas, reinventa formas
de confecionar e de apresentar pratos tradicionais da cozinha portuguesa. É
quase como se ainda estivesse em formação.

EPC: A área da Cozinha exige estar em formação permanente?
Ricardo: Sem dúvida. Temos que estar sempre a estudar, a ver e a comparar.
Temos que seguir algumas tendências. O mercado assim o exige.

EPC: E que planos tens para o teu futuro?
Ricardo: Dentro de 4-5 anos, espero conhecer outros lugares. Tenho estado a
trabalhar muito com a gastronomia tradicional portuguesa. Tenho interesse em
aprender outras cozinhas e fazer coisas diferentes. Para já, preciso de ganhar
mais experiência. Também tenho a ambição de, um dia, abrir o meu próprio
negócio.

EPC: Isso será um passo enorme na tua carreira.
Ricardo: Sim, mas ainda sou muito jovem. Tenho muito tempo para aprender e
amadurecer as minhas ideias.

10 / 03 / 2023